Eu resolvi homenagear essa coincidência um pouco tanto curiosa falando do misticismo que rege toda essa data e levantar aqui os reais motivos para se comemorar tal data aos 13 dias de julho, tentando assim também esclarecer e evitar que pessoas façam as mais absurdas relações entre números, datas e estilos como esta que tomei a liberdade de fazer mais acima.
Comecemos então pelo 13, o 13 do azar. Não se sabe ao certo qual foi a teoria que fez com que este número fosse associado a coisas ruins. Talvez uma sucessão de acontecimentos levaram muitas pessoas a acreditarem nesta idéia e difundí-la por séculos e séculos de história. Mas umas das crenças nos faz viajar no tempo e parar no dia 13 de Outubro de 1307. Nesta data, uma sexta-feira, o senhor Felipe IV, Rei da França, decretou a ilegalidade da Ordem dos Templários. Para quem não sabe, esta Ordem foi criada em 1118 por nove cavaleiros ( bem que poderiam ser 13) com a finalidade de defender os interesses e os peregrinos cristãos da Terra Santa. Até então defendendo os interesses da igreja, toda essa idéia mudou em plena Sexta-feira 13, e seus seguidores foram perseguidos, torturados e assassinados sob a acusação de heresia.
Duas outras razões para esta data nos levam ao tempo de Jesus Cristo. Muitos acreditam que Ele foi crucificado e morto em uma Sexta-feira 13. Há também a relação com a Santa Ceia, onde Jesus junto com 12 apóstolos, ou seja, 13 pessoas, sentaram-se à mesa. Em seguida, Jesus foi crucificado e Judas cometeu suicídio.
Mas essa crença vem de longe e paramos agora em uma lenda da mitologia nórdica. A estória fala de um banquete onde 12 deuses foram convidados, mas na hora um 13º convidado compareceu: Loki - espírito do mal e da discórdia. Sua presença culminou na morte do deus Balde, adorado por todos. Desde então se criou a idéia de que "convidar 13 pessoas para o jantar dá azar". Tudo isso parece mais aquelas brincadeiras de números onde fazemos de tudo para que a soma, a subtração e/ou a divisão dêem sempre o número 13.
Contextualizada a história do 13 do azar, vamos ao 13 do rock. Este nada de mal tem e nada de combinações aleatórias. O 13 de Julho foi fato e a única coisa de mal que pode ter na história é a inspiração para esta data. Em 13 de Julho de 1985, o músico Bob Geldof, organizou um grande show beneficente com o intuito de arrecadar dinheiro para acabar com fome na Etiópia.
A história de Bob não começou aí e muito menos termina aí. Antes deste dia histórico, Bob viajou o mundo com a banda Band Aid com a qual tinha acabado de gravar o single "Do they know it’s Christmas?"... O objetivo era divulgar e arrecadar algumas libras para combater a fome na Etiópia. O interesse de Bob por este tema surgiu após assistir um documentário na BBC sobre o assunto e o que era para arrecadar algumas libras, arrecadou milhões.
Ainda insatisfeito, eis que surge a idéia deste grande festival, o Live Aid. Em 13 de Julho 1985, Bob conseguiu reunir em dois países simultaneamente grandes ícones do rock. Na Inglaterra, apresentaram-se Status Quo, Style Council, Adam Ant, Boomtown Rats, Spandau Ballet, Elvis Costello, BB King, Sade, Sting, Phil Collins, Bryan Ferry, U2, Dire Straits, Queen, David Bowie, Who, Elton John, entre outros. Nos Estados Unidos, apresentaram-se Joan Baez, Black Sabbath ( com Ozzy Osbourne), Run DMC, Crosby, Stills & Nash, Judas Priest, Bryan Adams, Beach Boys, Simple Minds, Pretenders e Santana, entre outros. Esta iniciativa rendeu a Bob o prêmio Nobel da Paz e foi combustível para as diversas ações humanitárias que ele encabeçou e ainda promove hoje em dia. Um outro grande evento foi o Live8, organizado por Bob em 2005 que teve como objetivo comemorar os 20 anos do Live Aid mas principalmente pressionar os líderes mundiais para perdoar a dívida externa das nações mais pobres do mundo, negociar regras de comércio mais justas que respeitem os interesses das nações africanas, além do aumento e melhoria da ajuda para estes países. Mais de 1000 músicos tocaram no evento, que foi transmitido por 182 redes de televisão e 2000 estações de rádio.
Nada mais justo à essa grande reunião do que decretar o dia 13 de Julho como sendo o dia Mundial do Rock. Diferente do que alguns podiam imaginar, o 13 do rock não tem nada a ver com o misticismo mostrado pelo 13 do azar. O dia 13 de Julho é um dia de Paz e de reflexão sobre os problemas que nos incomodam todos os dias. Um dia para mostrar que não somos um grupo de "maconheiros adoradores do mal" como muitos ainda constumam pensar, mas sim um grupo de cidadãos coerentes que veem no rock uma forma de entretenimento e de diversão como qualquer outra expressão artística. Mas, principalmente, uma forma de expressar nossos sentimentos de insatisfação e, para muitos, uma "arma" para chamar a atenção do mundo para seus problemas. E é assim que este dia deve ser marcado. Para ilustrar, apresento a iniciativa Rock no Sangue, em que todo dia 13 de Julho um grupo de "rockeiros" se reúnem e promovem um grande mutirão de doação de sangue na cidade de São Paulo.
Finalizo o texto pedindo que façamos valer esse dia com ações construtivas, por menores que elas sejam. E claro, sempre ao som do bom e velho Rock 'n Roll. Desejo a todos um grande dia mundial do Rock. E é nesse espírito e nesta data que a Estação do Rock retorna suas atividades. Aguardem novidades. Até o próximo texto!
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